Estados Unidos contra o Irão: Assalto ao mercado dos combustíveis nucleares



Por Rudo de Ruijter,
Investigador independente
Holanda
Nos bastidores do jogo diplomático sobre o Irão, alguns países querem formar uma nova ordem mundial. Eles tomam possessão do mercado mundial dos combustíveis nucleares. Novas regras da Agencia Internacional da Energia Atómica (AIEA) devem impedir a chegada de novos concorrentes. Os Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a Alemanha, a Rússia, a China e o Japão tornar-se-ão as estações de armazenamento nuclear do mundo. Sob a égide da AIEA estes fornecedores ditarão as regras, fixarão os preços e determinarão em que moeda desejarão ser pagos. O Irão é o pretexto e o teste para os seus planos. Os problemas da economia mundial de amanhã são criados hoje.
Conteúdo:
·         História
      – O Irão e o Tratado de Não Proliferação
      – A história nuclear do Irão
      – Do Xá Reza até Khomeini
·         As acusações contra o Irão: 130 gramas de urânio
·         A agenda dos Estados Unidos: o petróleo, o dólar e a dívida externa
·         Procura de aliados
·         E3 : A estranha delegação europeia
·         A Rússia e a China
·         Porquê o Irão quer energia nuclear
·         Será que o enriquecimento nos países sem armas nucleares é perigoso ?
·         O nascimento de uma nova ordem mundial
·         Elementos inquietantes
·         O teatro da Nações Unidas


História

O Irão e o Tratado de Não Proliferação
O ex presidente dos Estados Unidos, George Bush, queria fazer-nos crer que o Irão tem planos para fabricar armas nucleares. Para provar a má fé do Irão, o país foi acusado de não ter declarado uma importação de urânio em 1991. Pois bem, lembremo-nos que em 2002 Bush acusou o Iraque de ter Armas de Destruição Maciça. Isto verificou-se ser um engano. Portanto, antes de acreditar nas acusações contra o Irão do Sr. Bush Júnior e dos seus ecos na imprensa, vejamos os factos.
O Irão é um Estado membro do Tratado de Não Proliferação, e isto logo desde o início em 1968.[1] O TNP é um tratado que visa não somente a proliferação de armas nucleares, mas também a que os membros se entre ajudem para desenvolver a energia nuclear para fins civis.[2]
No tratado, os Estados com armas nucleares (Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã Bretanha) prometeram o desmantelamento destas armas. (Até hoje não cumpriram a sua promessa). Os outros membros tiveram que assinar acordos com a Agencia Internacional da Energia Atómica (AIEA), o cão de guarda do TNP, para estabelecimento de controles. O acordo entre o Irão e a AIEA teve efeito a partir de 15 de Maio de 1974.[3]
A história nuclear do Irão
Nesta época o Xá Reza reinava no Irão. Graças à operação Ajax (da Inglaterra e dos Estados Unidos) em 1953 ele manteve-se no trono. Em 1957 o Xá queria desenvolver a energia nuclear no Irão.[4] Os Estados Unidos ofereceriam toda a ajuda e todo o material que ele desejasse: um reactor de pesquisa, urânio enriquecido e plutónio. O reactor de pesquisa começou a funcionar em 1967, mas avariou-se rapidamente. É então que os franceses intervêm prometendo a reparação do reactor de pesquisa. O Xá empresta 1 mil milhões de dólares à França para a construção de uma central de enriquecimento em Tricastin, no Vale do Rhône, no Sul de França. A partir de 1974 cada vez mais países ofereciam os seus serviços. Seguiram-se numerosos contratos: cinco para reactores e combustíveis vindos de França, dois reactores e combustíveis vindos dos Estados Unidos, compras regulares de urânio vindo da Austrália e dois reactores vindos da Alemanha de Oeste. A Dinamarca entregou 10 quilos de urânio altamente enriquecido e 25 quilos de urânio natural. Pessoal técnico vinha da Argentina e das Índia, enquanto estudantes iranianos iam ao Reino Unido e à Alemanha. Houve conversações com o Paquistão e a Turquia para uma cooperação regional. O orçamento iraniano para a energia nuclear foi de 30 milhões de dólares em 1975 para 1 mil milhões no ano seguinte e um número crescente de reactores eram encomendados aos Estados Unidos. No fim de 1978, o Xá não tinha mais dinheiro, enquanto alguns reactores não estavam acabados.
Entretanto a resistência da população contra a actuação sangrenta do Xá chegava ao seu ponto culminante.
Do Xá Reza até Khomeini
A resistência contra o Xá havia crescido após 1953, quando o herói do povo e Primeiro-Ministro, Mossadeq fora deposto por um golpe originado pela CIA, pelos ingleses e pelo Xá.[5] Mossadq havia-se batido com êxito pela nacionalização da Anglo Iranian Oil Company (BP). Processado pela Inglaterra, Mossadeq ganhou a causa no Tribunal de Justiça Internacional de Haia.[6] Durante o golpe contra Mossadeq o Xá havia fugido, mas voltou depois de o exército ter esmagado os protestos da população. Em 1960, para dar prazer aos seus amigos americanos, ele oferecia a imunidade diplomática a todos os cidadãos dos Estados Unidos que trabalhavam no Irão. Um jovem opositor, Ruhollah Khomeini, teve a ousadia de criticar o Xá por esta decisão. Da primeira vez ele sofreu uma pena de prisão, mas quando, alguns anos mais tarde, repetiu a crítica, foi expulso do Irão. A opressão do Xá intensificava-se todos os anos, e manifestações provocaram a morte de centenas de opositores e milhares de feridos. Em 1977 todos os movimentos de oposição se uniram e em Janeiro de 1979 o Xá fugiu do país definitivamente. Khomeini regressou em triunfo e a 1 de Abril de 1979 a Republica Islâmica do Irão era proclamada por referendo. Em Novembro de 1979, quando os estudantes souberam que o Xá fora para os Estados Unidos, tomaram de assalto a sua embaixada em Teerão para exigir a sua extradição a fim de se fazer justiça. Seguiu-se um longo drama de reféns. Uma tentativa dos Estados Unidos para libertar o pessoal da sua embaixada fracassou. O presidente Saddam Hussein do Iraque, nesta época amigo dos Estados Unidos, penetrou no Irão e proclamou que em três dias estaria em Teerão. Entretanto, a guerra entre o Iraque e o Irão viria a durar 10 anos e a custar centenas de milhares de vidas.
Durante o primeiro ano desta guerra, em 7 de Junho de 1981 Israel bombardeava a central nuclear quase concluída de Osirak, no Iraque.[7] Israel dispõe de armas nucleares e não é membro do TNP. Diversos países sentem-se ameaçados pelo arsenal nuclear Israelense.
Em 1989 dissolveu-se o Pacto de Varsóvia. No mesmo período Saddam Hussein cometeu o erro de invadir o Kuwait. A atitude dos Estados Unidos em relação ao Iraque virou 180 graus. A partir desta altura os Estados Unidos consideram o Irão e o Iraque como inimigos.
Estes países detêm 10,5 e 10 por cento das reservas de petróleo mundiais e como os Estados Unidos são os maiores consumidores de petróleo (25 % do consumo mundial), previa-se que os Estados Unidos não se contentariam em ignorar estes países. Os Estados Unidos possuem menos de 2 por cento de reservas de petróleo mundiais, a sua dependência de petróleo importado aumenta rapidamente, e segundo Bush ela seria já de 60 por cento em 2006.[8]
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As acusações contra o Irão: 130 gramas de urânio
Em 16 de Junho de 2003 a Agencia Internacional da Energia Atómica anunciava, que o Irão não havia declarado uma importação de urânio de 1991, nem o armazenamento e o tratamento deste urânio. Mas, um documento confidencial da AIEA de 6 de Junho de 2003 nos informa, que esta importação continha apenas 130 gramas de urânio. [9]
Ora, segundo o artigo 37 do acordo oficial entre a AIEA e o Irão, em vigor desde 15 de Maio de 1974, os materiais nucleares contendo menos de um quilo de urânio, estão dispensados das regras da AIEA. [10] As “acusações” da AIEA deviam fazer o mundo acreditar que o Irão havia transgredido as regras.
Jogos semelhantes tiveram lugar a propósito do Protocolo Adicional. Na época do embargo contra o Iraque, quando, dizia-se, deviam ser encontradas provas em como o Iraque dispunha de Armas de Destruição Maciça e que Saddam Hussein não queria dar mais direitos aos inspectores das Nações Unidas, a AIEA havia desenvolvido regras suplementares para facilitar as inspecções. As novas regras permitiriam assim criar mais discriminações entre os diferentes membros do TNP: regras excessivas para um e regras amigáveis para outro. Em Junho de 2003, somente 33 dos 188 membros haviam assinado o Protocolo Adicional. Contudo, os Estados Unidos e uma delegação da União Europeia (formada pela França, Alemanha e Reino Unido) queriam forçar o Irão a assinar o Protocolo Adicional. Em troca os três países europeus (E3) prometiam preparar propostas comerciais interessantes. O Irão queria ouvir o que eles tinham a propor. Isto não é de admirar: 30 por cento do petróleo iraniano vai para a Europa e 40 por cento das suas importações vêm da Europa. Desde a primavera de 2003 o Irão vendia mesmo o seu petróleo em euros em vez de o vender em dólares, o que é bom para a Europa e menos bom para os Estados Unidos, pois isto enfraquece o dólar.
De facto, estes países “E3” são precisamente os países europeus, que participam no assalto ao mercado dos combustíveis nucleares, que se concretiza, notamos, atrás da cortina de fumo das acusações contra o Irão. Mas já voltaremos a isso.
Durante as conversações sobre as ofertas comerciais, o Irão tinha, por sua livre vontade, interrompido provisoriamente os seus programas de pesquisa para o enriquecimento do urânio e, procedendo à assinatura eventual do Protocolo Adicional, o país aceitava as inspecções alargadas das suas instalações nucleares. Todavia, após repetidos pedidos iranianos, verificou-se que o E3 não tinha intenção nenhuma de cumprir as sua promessas referentes às ofertas comerciais. Na realidade o E3 queria fazer durar as conversações o mais possível e, desta maneira, impedir que o Irão enriquecesse urânio. O Irão retomou, então, o seu programa de pesquisa e restabeleceu as regras contratuais para as inspecções da AIEA. Daqui resultou uma tentativa dos Estados Unidos e do E3 para fazer condenar o Irão no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A agenda dos Estados Unidos: o petróleo, o dólar e a divida externa …
Portanto, se as chamadas provas contra o Irão pareciam inventadas, qual seria então a saída real? Penso que a ideia global é clara para toda a gente. Com o seu consumo excessivo de energia os Estados Unidos pensam que é necessário ter governos pró Estados Unidos no Iraque e no Irão e, para os projectos de pipelines da UNOCAL, igualmente no Afeganistão. [11] Durante a guerra-fria Saddam Hussein no Iraque e o Xá no Irão eram aliados úteis, mas já não o são agora. Graças a Bush, temos guerras no Afeganistão e no Iraque. O Irão encontra-se entre os dois. Sabendo a reputação dos Estados Unidos, no Irão, um governo pró americano não se estabelecerá espontaneamente muito proximamente.
A segunda causa que explicava a atitude agressiva de Bush em relação ao Irão, é a participação deste no enfraquecimento do dólar. A hegemonia mundial dos Estados Unidos baseia-se, em grande medida, na procura mundial de dólares.
Eis como isto funciona: após 1971 quase todo o petróleo e gás em todo o mundo são vendidos em dólares. Estes ficarão em permanência em serviço fora dos Estados Unidos. Para os Estados Unidos, remeter dólares para o estrangeiro significa que poderem imprimir dólares e comprar mercadorias, serviços e investimentos no estrangeiro. [23] Como os estrangeiros têm necessidade destes dólares para comprar gás e petróleo, e de seguida estes dólares desaparecem em todos os cantos do mundo, os Estados Unidos não têm necessidade de entregar qualquer coisa em retorno. Enviar dólares, que ficam em permanência no estrangeiro, equivale a compras gratuitas para os Estados Unidos. Hoje isto representa metade de todas as importações dos Estados Unidos. Bem entendido, isto faz aumentar a dívida externa, mas enquanto que a procura estrangeira de dólares continua a aumentar, eles escarnecem desta dívida. Assim esta subiu até 3.200.000.000.000 dólares em 2006. E se um dia, o mundo estiver farto deste abuso e não quiser mais dólares, a oferta maciça de dólares, inundará o mercado de câmbios fazendo cair imediatamente a cotação. Num caso extremo o dólar não valerá mais que o valor em papel velho e a dívida externa (isto é, o valor dos dólares fora dos Estados Unidos) será dissolvida. É portanto interessante enviar moeda que ficará em permanência no estrangeiro.
A vantagem das compras gratuitas funciona enquanto o estrangeiro tiver necessidade de dólares adicionais. É o caso, por exemplo, quando o preço do petróleo aumenta nos dois mercados mundiais principais: o International Petroleum Exchange (IPE) em Londres, e o New York Mercantile Exchange (NYMEX).[22] Por acaso os dois são controlados pelos Estados Unidos. Como 85 por cento do comércio mundial de petróleo tem lugar fora dos Estados Unidos, por cada dólar suplementar que os Estados Unidos têm necessidade, sete vezes mais são necessários fora dos Estados Unidos. Estes são, evidentemente, impressos nos Estados Unidos [23] e colocados à disposição dos estrangeiros para compras gratuitas.
Para aumentar os pedidos estrangeiros, a Reserva Federal dos Estados Unidos vende Títulos do Tesouro aos estrangeiros, o que diminui a quantidade de dólares fora dos EUA. Isto diminui, portanto, a oferta de dólares nos mercados de câmbios e faz subir a sua cotação. Para evitar que a cotação não cesse de aumentar, novos dólares deverão ser “enviados” para o estrangeiro, resultando de novo em compras gratuitas. Quando os Estados Unidos querem fazer baixar o curso do dólar, eles não tem senão que aumentar as importações. De facto, enquanto a procura de dólares no mundo continua a crescer, os Estados Unidos podem determinar a cotação do dólar eles próprios, e aproveitarem-se das compras gratuitas. Em 2004 isto representava uma vantagem de 2,167 dólares por habitante.
Pode-se representar este caso doutra forma: por cada dois contentores importados, os Estados Unidos exportam apenas um. Pelo segundo contentor nada é entregue em troca. O seu valor é simplesmente somado à dívida externa, que nunca será liquidada. De facto, nos Estados Unidos cada segundo contentor é considerado gratuito. Pode-se chamar a isto uma fraude, um roubo ou uma taxa imperial.
Mas com dívidas gigantescas o dólar tornou-se vulnerável. Isto foi evidente quando Saddam Hussein mudou do dólar para o euro em 6 de Novembro de 2000.[13,14] Em primeiro lugar os mercados de câmbios foram submersos pelos dólares que já não eram necessários para o comércio do petróleo com o Iraque. Simultaneamente 10 mil milhões de dólares do Fundo de Reserva Iraquiano foram colocados no mercado para serem trocados por euros. Entretanto, o vizinho do Iraque, o Irão, havia anunciado a sua intenção de comutar igualmente as suas vendas de petróleo de dólares para euros e havia quem acreditasse, que outros países da OPEP se seguiriam.[15]  Seguiu-se uma baixa de confiança no dólar e uma longa descida do seu curso.[16] Apesar das intervenções do banco central da China [17], o dólar acabou por ficar em má situação. Em 5 de Julho de 2002 o dólar havia perdido 16 por cento da sua cotação de Novembro de 2000 [20] e Horst Koehler, o chefe do Fundo Monetário Internacional, lançava um aviso, havia o risco do dólar se afundar. [18] Duas semanas mais tarde, planos de ataque contra o Iraque eram discutidos em Downing Street (Londres). [19] No fim de Dezembro de 2002 a baixa do dólar era já de 25 por cento, o que explica provavelmente porque os Estados Unidos agiram com grande pressa e ultrapassaram mesmo as regras das Nações Unidas atacando o Iraque em 18 de Março de 2003, sem esperar o sinal verde do Conselho de Segurança. O comércio de petróleo iraquiano voltou novamente aos dólares em 6 de Junho de 2003.[21]
A descida da cotação não parou senão temporariamente. Na primavera de 2003, o Irão começou a vender o seu petróleo em euros, nos dois anos seguintes, a cotação do dólar perderia ainda 12 por cento suplementares. Em 2006 o pedido de dólares era tão fraco que uma nova bolsa de petróleo iraniana, anunciada para 20 de Março de 2006, podia, em caso de êxito, criar uma ameaça séria para o dólar doente e portanto para a hegemonia dos Estados Unidos. [12] Esta ameaça tinha várias facetas.
Em 2004 os estrangeiros não queriam mais fazer girar o carrossel feérico do crédito dos Estados Unidos. Os Estados Unidos primeiro tentaram seduzi-los com juros mais elevados, mas a procura estrangeira para os Títulos do Tesouro continuava baixa. A única saída para obter novos créditos suficientes e para financiar as guerras de Bush, seria fazer subir o curso do dólar através da subida de preços do petróleo no IPE e no NYMEX. Estes preços não se estabeleciam simplesmente em função da oferta e da procura, mas sobretudo pelas especulações sobre os desenvolvimentos futuros. O exagero dos preços faz-se sempre com a ajuda das especulações sobre um aprovisionamento insuficiente. Em 2004 a especulação em alta recebia a ajuda do Katherina. Os danos nas instalações petrolíferas no Golfo do México ocasionaram uma pequena penúria e os preços especulativos no mercado mundial duplicaram.
Uma bolsa de petróleo independente no Irão limitaria seriamente a possibilidade de fazer subir os preços do petróleo duma forma especulativa nos mercados IPE e NYMEX. Em consequência os Estados Unidos, quando a procura estrangeira de dólares e de títulos de tesouro estivesse de novo em baixa, não teriam mais meios de fazer aumentar a subida mundial de dólares.
A bolsa iraniana não venderia mais petróleo em dólares, mas em euros, daí a diminuição da procura de dólares
Vendendo o petróleo em euros, a bolsa iraniana teria influência no curso do câmbio entre o dólar e o euro. Quando o preço do petróleo fosse mais baixo em euros, a procura de euros aumentaria e inversamente. Para a Europa e para os Estados Unidos isto comportaria riscos.
E porque a abertura da bolsa fora anunciada para 20 de Março de 2006, antes desta data o Irão esteve sujeito a pressões cada vez mais ameaçadoras. Oficialmente não houve uma única palavra sobre o projecto de bolsa ou sobre o comércio de petróleo em euros. Bush não iria de qualquer maneira explicar a fraqueza do dólar. Em conjunto com os chefes de estado do E3, ele repetia as suas acusações de que o Irão tinha seguramente a intenção de fabricar armas nucleares. É uma acusação com uma forte carga emocional, suficiente para mobilizar os jornalistas! Com sensações, vende-se bem. E, claro, as pessoas gostam de ser levadas pela “arreata”. (E eu posso dizer-vos confidencialmente, mesmo entre os três chefes de estado do E3, nenhum acreditou nisso).
Finalmente, em 20 de Março de 2006, a bolsa iraniana não abriu. Em Abril a abertura foi anunciada para a primeira semana de Maio de 2006.[25] Nesta semana o ministro do petróleo iraniano deu uma licença à bolsa, mas as actividades foram adiadas.
O Presidente Putin da Rússia anunciou então planos para uma bolsa de petróleo russa em rublos [26] e realizou-a logo em 8 de Junho de 2006. O mercado russo de exportação de petróleo e de gás é maior que o do Irão. O interesse da bolsa iraniana tornou-se mais relativo e nunca mais se ouviu falar dela.

Procurar aliados
Para lutar contra o Irão os Estados Unidos precisam de aliados, que são úteis para partilhar os custos e para se desembaraçar dos escombros, como no Afeganistão e no Iraque. O melhor processo para obter aliados consiste em fazer condenar o inimigo visado com uma resolução do Conselho de Segurança da Nações Unidas. Isto implica, todavia, que os Estados Unidos têm que convencer os demais países com direito de veto. Bem entendido, isto não resulta se os Estados Unidos contam os seus verdadeiros motivos. Eles deveriam encontrar qualquer coisa mais para os alinhar. Pois bem, os países com direito de veto são os estados vencedores da Segunda Guerra Mundial. Eles têm em comum serem todos Estados com armas nucleares e disporem de instalações de enriquecimento de urânio. Então, que diriam eles dum plano para recompensá-los com os direitos exclusivos para o enriquecimento de urânio e para a sua entrega a todos os países não detentores de armas nucleares.[27]

E3: A estranha delegação europeia
Até que ponto estes países do E3 são europeus? De facto, é muito estranho, que como representantes da Europa, eles procurem condenar o seu parceiro comercial, o Irão, com uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Isto indica, que eles jogam ao póquer para ganhos elevados. Eles estão conscientes que arriscam a que se deteriorem as sua relações com o Irão e, com isto o aprovisionamento de petróleo em euros. O seu jogo de póquer pode acabar num conflito directo com o Irão ou num embargo comercial, como o desejam os Estados Unidos.
Se os Estados Unidos não conseguirem o seu embargo contra o Irão, eles não serão provavelmente contra a que as instalações nucleares iranianas sejam bombardeadas, de maneira a que o Irão consuma o seu petróleo em vez de o exportar em euros.
E o Reino Unido, o que joga nesta delegação dita europeia? O Reino Unido está sempre ao lado dos Estados Unidos. Ele não adoptou o euro. Por isso, o interesse da sua bolsa de petróleo IPE, jogando em simbiose com o NYMEX, é muito grande. Ele não tem nenhum interesse na venda de petróleo iraniano em euros. Na época das ditas preparações de ofertas comerciais interessantes para o Irão, Tony Blair e George W. Bush procediam a contactos intensivos. À parte o seu próprio interesse no enriquecimento de urânio, o Reino Unido parece ser o criado, o estafeta da Casa Branca.
O tom das conversações do E3 com o Irão não é o que normalmente se esperaria entre parceiros comerciais desejosos de melhorar as suas relações. Os relatórios dos negociadores são longas litanias de obrigações, que o E3 pensa dever impor ao Irão.
O Irão é tratado como o aluno mau, que deve obedecer custe o que custar.
Em Janeiro de 2006 o presidente Chirac ameaçava em termos chocantes um ataque nuclear contra o Irão. Ameaçar com um ataque nuclear é contrário ao Tratado de Não Proliferação.

A Rússia e a China
Para conseguir uma resolução com sanções contra o Irão, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido deveriam assegurar-se, que a Rússia e a China não utilizariam o seu direito de veto. Como estes últimos são países que também dispõem de instalações de enriquecimento, isto parecia fácil, mas em vão até ao presente. Nem um nem o outro querem uma intervenção armada contra o Irão.
A Rússia dispõe ainda de stocks de energia fóssil importantes. Depois da catástrofe de Chernobyl em 1986 ela não construiu novos reactores. (Mas isto vai mudar rapidamente). A Rússia não tem nenhum interesse numa nova invasão dos Estados Unidos no Médio Oriente.
A China tem boas relações com o Irão, que lhe envia gás e petróleo para umas décadas futuras. Se a China quiser deixar cair o Irão, deverá encontrar soluções alternativas para satisfazer as suas necessidades elevadas de energia. A China não parece que participe nas posições agressivas dos Estados Unidos e do E3.

Porque é que o Irão quer energia nuclear?
Pode parecer estranho que um país que dispõe de petróleo queira energia nuclear. O Irão exporta petróleo, mas importa produtos de petróleo refinados. Estes são necessários na iluminação, no aquecimento e na indústria da sua crescente população. Para muitos iranianos o preço real destes produtos seria demasiado elevada. É por isso que eles são vendidos baratos, e com perda para o tesouro iraniano. A comutação para electricidade deverá fornecer uma energia a preço razoável para toda a população. O Irão tem necessidade dos lucros das suas exportações de petróleo para financiar a importação doutros produtos de que têm necessidade.

Será perigoso o enriquecimento em países sem armas nucleares?
O urânio natural contém 0,7 por cento de átomos U-235, contra 99,3 por cento maioritariamente de átomos U-238. Para o utilizar como combustível nuclear, a parte de átomos U-235 deve ser aumentada em 3 a 5 por cento. Para se fazer isto, o urânio deve ser primeiro purificado e transformado em gás. Passando este gás por uma grande série de centrifugadoras, podem-se extrair alguns dos átomos U-238 mais pesados, num processo que é longo e consome uma quantidade imensa de energia. Os riscos deste processo são os da indústria química e não tem senão uma fraca radiação. Este urânio não está apto para o fabrico de bombas nucleares. Para fazer bombas é preciso um enriquecimento de pelo menos 90 por cento. [29] Se um país, como por exemplo o Irão, decide desenvolver urânio tão altamente enriquecido, seria preciso entre 3 e 5 anos para produzir o suficiente para uma bomba. Por outro lado, segundo os cientistas, serão precisas instalações muito maiores para isso. A opinião pública repete com frequência, mas duma maneira falsa, que se poderia fabricar calmamente urânio altamente enriquecido em instalações de enriquecimento civis, o que servia a Bush como máxima, para que o enriquecimento de urânio ficasse nas mãos de países com armas nucleares.

Nascimento de uma nova ordem mundial
A ideia de limitar as capacidades de enriquecimento aos países que já dispõem de armas nucleares não é nova. As acusações contra o Irão, as mentiras desenvolvidas pelos jornalistas, políticos e diplomatas criaram as circunstâncias ideais para apressar a realização destes planos. A ideia apareceu num folheto das Nações Unidas em 2004. [31] Na época era ainda sob a forma duma moratória voluntária e limitada no tempo para não se construírem novas instalações de enriquecimento e tratamento de urânio. Em Fevereiro de 2005 a ideia foi desenvolvida pela ONU como Multilateral Nuclear Approach (MNA). (Enfoque Nuclear Multilateral) [31]. Logo em Abril de 2005 o embaixador do Japão nas Nações Unidas questionava “se a NMA não limitaria sem razão o uso pacífico da energia nuclear aos estados sem armas nucleares, que executam as suas actividades nucleares duma forma fiável e transparente de acordo com as suas obrigações no quadro do Tratado de Não Proliferação”.
Em 6 de Fevereiro de 2006 o Departamento de Energia dos Estados Unidos publicava a sua versão da ideia num plano para o Global Nuclear Energy Partnership (GNEP). No dia seguinte ao da Conferencia Ourai no Japão, este GNEP foi apresentado como uma ideia do chefe da AIEA, ElBaradei e uma proposta de Bush.[32] E, bem entendido, a uma tal ideia sublime não faltava brilho. Alguns dias mais tarde o DOE dá os parabéns a si mesmo como segue: “Finalmente a medida de parceria entre estados com “ciclo de combustíveis” e estados “somente com reactores”, como previsto pelo GNEP, participará no fornecimento ao mundo de uma electricidade limpa, oferecendo às nações sem ciclo de combustíveis um acesso ao combustível nuclear, interessante em preço e fiável, em troca da sua obrigação de renunciar ao desenvolvimento das tecnologias de enriquecimento e de reciclagem”.

Elementos inquietantes
A nova ordem mundial chega-nos na forma de novas regras de segurança no sistema de controlo da AIEA. Se nós considerarmos o espírito do Protocolo Adicional, não podemos contar com direitos iguais ou com relatórios honestos.
Entre os países do Tratado de Não Proliferação somente os países com armas nucleares, mais a Alemanha, a Holanda e o Japão têm instalações de enriquecimento.[33] Os outros países deverão renunciar ao seu direito de enriquecer urânio. Em troca, receberão a promessa solene dos países com arma nucleares de que fornecerão sempre combustível nuclear. Promessas? Não eram estes países que, em 1968, haviam prometido desmantelar as suas armas nucleares? Como sabemos, eles nunca cumpriram a sua promessa. Pior, a França desenvolveu uma nova geração de armas nucleares, progressivas, que deveriam facilitar o arranque de uma guerra nuclear. E em 2006, os Estados Unidos e a França utilizaram o seu arsenal nuclear para ameaçar o mundo. E agora os países sem armas nucleares deverão renunciar ao seu direito de enriquecer urânio para se tornarem dependentes do clube da AIEA dos fornecedores de combustíveis nucleares?
Para seduzir os países sem armas nucleares, este plano promete preços de electricidade mais baixos. As instalações já existentes teriam o dobro da capacidade necessária às necessidades do mundo. Impedindo a construção de novas instalações, poder-se-ia fazer um melhor uso das instalações existentes. E assim o preço do urânio enriquecido, e com isso o preço da electricidade, poderia baixar… Será que devemos acreditar nestas palavras? A indústria de enriquecimento não está animada pelo interesse de fazer baixar o preço da electricidade no mundo. Apesar do pretexto da super capacidade os europeus continuam a aumentar consideravelmente as suas capacidades de produção no Reino Unido, na Holanda e na Alemanha. Eles ambicionam uma maior fatia do mercado para tirarem mais benefícios! E se outros competidores não são admitidos no mercado, isto não poderá senão resultar em preços de urânio enriquecido excessivos, e assim também da electricidade.
Os novos planos prevêem um sistema de distribuição para as entregas de combustíveis, estreitamente regulado e controlado. A AIEA será o intermediário entre os membros fornecedores e os membros consumidores de combustíveis. À primeira vista isto parece ser uma construção fácil, pois a AIEA é um membro da ONU. Todavia, a AIEA é igualmente o polícia do sistema. Não é correcto deixar os polícias comerciarem com as partes que eles devem inspeccionar. Por outro lado, a ONU não é um género de governo íntegro, que seria capaz de garantir a imparcialidade deste polícias.
Os planos para o sistema de distribuição prevêem stocks nacionais mínimos e stocks tampão colectivos em diferentes países “hospedeiros”. Estranho, não é? O fim dos stocks mínimos no interior dos países nunca pode ser defendido como uma medida de segurança. Mesmo com stocks gigantescos de urânio enriquecido a 3 – 5 por cento não se pode fabricar uma arma nuclear. Porque é que a AIEA quereria que os países não dispusessem senão de stocks mínimos? Não há senão uma resposta plausível para esta questão: para terem estes países como vassalos. Isto cria muito poder para o nosso cão de guarda nuclear. Este poder vai muito além do necessário para as inspecções. Isto é um puro poder para pôr fora de jogo a soberania das nações. Quando uma nação faz qualquer coisa, que o cão ou o seu mestre não querem, a torneira do combustível pode simplesmente ser fechada para a obrigar a uma submissão imediata. Isto cheira a uma ditadura a nível mundial. E bem entendido, os fornecedores de combustível nunca serão enganados. Estes produzem o seu próprio combustível nuclear.
Em teoria, o mestre da AIEA é a ONU. Mas será que isto funciona assim na prática? A AIEA tem uma tarefa difícil, porque ela tem que ter em conta as tensões e os conflitos de interesse entre os membros do Tratado de Não Proliferação. A independência da AIEA, em relação aos interesses nacionais encontra-se em permanente pressão. O seu orçamento limitado obriga-a a fazer escolhas, que são influenciadas pelos conflitos que existem. Durante o embargo contra o Iraque, vimos como a AIEA esteve sob pressão de Bush, que exigia cada vez mais controlos e mais intensivos. Cada vez que o cão de guarda era enviado de novo, ele ficava certo que o Iraque podia ser invadido sem perigo. Apesar da AIEA ser obrigada a guardar todas as informações das suas inspecções confidenciais, os militares dos Estados Unidos recebiam estas informações confidenciais em permanência e assim se preparavam para a invasão do Iraque. (E, finalmente, no momento da invasão os Estados Unidos metiam a ONU fora de jogo.)
Observámos a mesma coisa durante as inspecções da AIEA no Irão. Bush gritava e o cão de guarda corria atrás do “cacete”.
As regras da nova ordem mundial eram apresentadas como “uma ideia de ElBaradei e uma proposta de Bush”. É de acreditar que os dois projectos, a Multi-National Approach (NMA) da AIEA e a Global Nuclear Energy Partnership (GNEP) de Bush, se fundirão numa só versão ditada pelos Estados Unidos.
Bem entendido, é um golpe de mestre estratégico o obter esta medida de força sobre os países sem armas nucleares, desde que eles adiram à energia nuclear. Mas há, certamente muito mais vantagens para os fornecedores de combustíveis nucleares. Sob a égide da AIEA o mercado será inteiramente regulado. Todos os produtores cooperarão em conjunto nas mesmas organizações e estarão interessados num benefício o mais elevado possível. Em conjunto eles fixarão o preço do combustível nuclear. Exactamente como agora os preços do petróleo são fixados nos mercados do IPE e do NYMEX, os preços do combustível nuclear serão fixados por uma pequena elite.
Hei-nos chegados a um ponto importante. O combustível nuclear tem que ser pago. A questão é de saber, em que moeda (ou em que moedas) os clientes deverão pagar? Estas moedas serão as mais procuradas no mundo. Pode-se comparar ao dólar de hoje.
Parece que estas moedas ainda não foram decididas. Mas, se cada fornecedor quiser ser pago na sua própria moeda, a procura mundial de Yens japoneses, de Yuan renmimbi chineses, de rublos russos, de libras inglesas e de dólares dos USA, aumentará. Provavelmente estabelecer-se-á uma ordem de preferência, proporcionalmente à quantidade de combustível nuclear, que cada um dos produtores possa entregar. Cada um destes países conhecerá as vantagens, que estão ligadas à entrega da sua moeda no estrangeiro. Bem entendido, a longo prazo, cada um conhecerá igualmente os efeitos negativos sobre a sua própria economia, e, após algumas décadas deixará a sua moeda cair para se libertar das dívidas externas gigantescas. É o que pode acontecer quando cada fornecedor exige o pagamento na sua própria moeda.
Todavia, o facto que o projecto menciona, que a AIEA deveria tornar-se intermediária entre fornecedores e clientes, pode querer dizer, que a AIEA decidirá a moeda de pagamento. Bush esperava sem alguma dúvida, que esta seria o dólar US. Se o combustível nuclear deve ser pago exclusivamente em dólares, a procura de dólares, e com isso a hegemonia dos Estados Unidos, estará segura por décadas.

O teatro da ONU
Com um projecto para uma ordem mundial, preparado discretamente nos bastidores, temos agora uma aliança anti-Iraniana dos Estados Unidos e do E3. Eles sentem a oportunidade de um golpe para passarem a possuir o mercado mundial dos combustíveis nucleares. Para obterem êxito, será suficiente encontrar uma causa legal sobre a proibição do enriquecimento do Urânio, tendo o Irão como exemplo. E uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas será suficiente, se esta aprovar a opinião da AIEA de interditar o enriquecimento a diversos países.
Evidentemente, neste caso, o Irão não poderá ficar mais no Tratado de Não Proliferação. Para ter êxito, os Estados Unidos e o E3 deverão proceder prudentemente para evitar que o Irão deixe o TNP antes que uma resolução tenha sido concluída. Porque, se o Irão deixar o Tratado antes desta resolução, não haverá mais razões para uma resolução. Com efeito, os países que não fazem parte do Tratado de Não Proliferação, como Israel, o Paquistão, Cuba e o Brasil, são livres de enriquecer urânio e de fazerem o que quiserem.
Será que a Rússia e a China, acabarão por participar no golpe em detrimento do Irão?
Se o golpe dos estados com armas nucleares vinga, haverá provavelmente tensões enormes no seio do Tratado de Não Proliferação. A organização perderá toda a sua credibilidade e verá partir muitos membros sem armas nucleares. O resultado poderá bem ser o inverso do fim do tratado.

Desenvolvimento depois desta publicação:

Maio de 2007: A Rússia assinou um acordo com os Estados Unidos, a China, a França e o Japão para explorar uma cooperação para o desenvolvimento de programas nucleares civis em todo o mundo. O governo dos E-U passou uma lei para a criação dum banco internacional de carburantes nucleares. [34]




“Khomeini dizia, que o regime que ocupa Jerusalém, deve desaparecer ao longo do tempo.”

Esta frase, pronunciada pelo Presidente eleito recentemente, Ahmadinejad, em 25 de Outubro de 2005,




Referencias e Fontes:

[1] Os Membros do Tratado de Não Proliferação: http://www.carnegieendowment.org/files/Tracking_Ch02map.pdf

[2] Texto do Tratado de Não Proliferação: http://www.un.org/disarmament/WMD/Nuclear/pdf/NPTEnglish_Text.pdf  ( Vêr artigo IV )





[7] O ataque israelita contra a central de Osirak no Iraque em 1981: http://news.bbc.co.uk/onthisday/hi/dates/stories/june/7/newsid_3014000/3014623.stm

[8] Dependência dos Estados Unidos de petróleo importado atingia 60 porcento em 2006:  http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=10000087&sid=ar4D7HVGikXo&refer=top_world_news  

[9] 130 gramas de urânio: http://www.fas.org/nuke/guide/iran/iaea0603.html (ultima linha).

[10] O artigo 37 da Convenção entre a AIEA e o Irão: http://www.iaea.org/Publications/Documents/Infcircs/Others/infcirc214.pdf

[11] Pipelines para o 11 de Setembro: www.courtfool.info


[13] Fred Eckhard anuncia a autorização da comutação irakiana para o euro: http://www.un.org/News/briefings/docs/2000/20001031.db103100.doc.html

[14] Estatísticas das exportações de petróleo iraquianas em euros: http://www.un.org/Depts/oip/background/oilexports.html

[15] Colin Nunan, Petrodolar ou Petroeuro: http://www.feasta.org/documents/review2/nunan.htm

[16] Gráfico da evolução do curso do euro em relação ao dólar: http://www.studien-von-zeitfragen.net/Zeitfragen/__Collapse_in_Iran/__collapse_in_iran.html

[17] Promessa de ajuda do banco central da China: http://www.centralbanking.co.uk/newsmakers/archive/2001/apr24.htm#China

[18] Advertimento de Horst Koeler do Fundo Monetário Internacional, de que o dólar corre o risco de se afundar: http://news.bbc.co.uk/1/hi/business/2097064.stm


[20] Curso do dólar, datas históricas: http://fx.sauder.ubc.ca/data.html

[21] Financial Times, 5 de Junho de 2003.

[22] Mercado do petróleo, exemplo: http://www.nationalreview.com/nrof_leuffer/leuffer200410010726.asp (Nota: Logicamente, a especulação e a angustia podem ser influenciadas.)

[23] Para dizer a verdade, “impressos” não está correcto. A parte mais importante de todo o dinheiro não existe senão em números nas contas bancárias.

[24] Acerca dos efeitos do comércio de petróleo em dólares ou em euros, queira ler neste site, o artigo: Custos, malfeitorias e perigos do dólar.

[25] A Bolsa de petróleo iraniana, Maio de 2006: http://www.iribnews.ir/Full_en.asp?news_id=212013&n=32

[26] A Bolsa de petróleo russa: http://en.rian.ru/russia/20060510/47915635.html e http://en.rian.ru/russia/20060522/48434383.html ( Para os efeitos sobre o dólar, veja [12])



[29] Enriquecimento do Urânio: http://www.uic.com.au/nip33.htm

[30] Folheto/documento ONU 2004: http://www.un.org/secureworld/brochure.pdf


[32] A ideia de ElBaradei e a proposta de Bush, em 7 de Fevereiro de 2006: http://www.jaea.go.jp/04/np/documents/sym05_01_endo_en.pdf  

[33] Mapa Mundo das estações de armazenamento nuclear: http://www.wise-uranium.org/umaps.html?set=enr  



Leitura :
Petrodollar Warfare: Dollars, Euros and the Upcoming Iranian Oil Bourse,
William R. Clark (5 Agosto 2005)

Killing the dollar in Iran,
Toni Straka,
“With the world facing a daily bill of roughly $5,5 billion for crude oil at current price levels,” http://www.atimes.com/atimes/Global_Economy/GH26Dj01.html

America’s Foreign Owners,

The Proposed Iranian Oil Bourse,
Krassimir Petrov, Ph.D., January 17,2006

Trading oil in euros – does it matter?
Cóilin Nunan, publicado em 30 de Janeiro de 2006 pelo “Energy Bulletin”.


Maio 2006/Abril 2007

Tradutor: Manuel Valente Lopes, Março 2009

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